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A Pandemia pode ter passado, mas, onde você estiver, não se esqueça de mim.

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segunda-feira, 31 de março de 2014

Deja vú


                      No final de semana anterior a este último, foram realizados protestos pró-militares e antifascistas, em diversas capitais brasileiras, inclusive em Fortaleza. As manchetes que anunciaram aqueles protestos foram dos jornais publicados no dia 22 de março de 2014, e não em 22 de março de 1964.

                      De um lado, grupos de pessoas se reuniram em um movimento que se autodenomina "Marcha da Família com Deus" e foram às ruas pedir que as Forças Armadas tomem o poder, destituam a facção política situacionista, como se ela fosse a única culpada de todos os males da nação, e resolvam principalmente o problema da insegurança e da violência, restaurando-se, assim, a ordem pública.

                      Em oposição a este movimento, outros grupos de pessoas foram às ruas protestar contra o que eles chamam de ameaça fascista. Segundo eles, grupos de direita conservadora, os ditos "reacionários", querem desmoralizar e derrubar o governo de esquerda que foi eleito democraticamente pelo voto popular e implantar uma ditadura no Brasil outra vez.

                     Já vimos essa novela antes. Na verdade, como cheguei aqui no começo dos anos 80, só peguei os últimos capítulos dessa novela. O que estamos vendo é um retrocesso. Ambos os lados estão pensando pequeno, querendo recriar problemas antigos para resolver problemas atuais, se deixando levar pelo maniqueísmo e perdendo o foco naquilo que realmente importa. Estão deixando de discutir os reais problemas da nação e se limitando a defender bandeiras partidárias de maneiras sutis.

                     É compreensível que as pessoas esperem que as Forças Armadas resolvam a questão da violência, haja vista que as polícias não estão resolvendo, mas, querer que os militares deponham um chefe de Estado eleito pelo voto é querer demais. Se existe algum descontentamento com o governo atual,essa questão tem que ser resolvida da maneira correta, nas urnas, nas próximas eleições.

                    Além disso, Exército, Marinha e Aeronáutica não podem fazer papel de polícia, a não ser em casos muito excepcionais e por tempo determinado. As simples presenças de soldados armados e de tanques nas ruas não deve trazer segurança. Que o digam os moradores do Rio de Janeiro, que já presenciaram intervenções militares na cidade diversas vezes, nos últimos vinte anos. Recolher criminosos nas ruas, apreender suas armas e impedir que eles atuem é fácil. Difícil é lembrar-se de que existem algumas nuances jurídicas que lhes permitem continuar agindo e encorajando cada vez mais pessoas a cometerem crimes violentos. Os soldados das três armas poderiam até cuidar do patrulhamento ostensivo, mas este trabalho seria vão, se não fosse devidamente complementado pelo trabalho de polícia judiciária e investigativa a ser executado pela Polícia Civil, e se o Ministério Público e o Poder Judiciário não puderem fazer suas partes, sem serem providos pelos legisladores com as devidas ferramentas.

                     Os militares devem estar achando graça daqueles que estão esperando que eles apliquem um golpe de Estado outra vez. Quiçá eles também estejam descontentes com o jeito que a nação vem sendo conduzida, mas não creio que eles tenham interesse em tomar o poder outra vez, como fizeram há 50 anos. Naquela época, as motivações eram outras. Eles estabeleceram uma ditadura para evitar outra, acreditando que salvariam o país de um mal maior, mas, na verdade, estavam apenas sendo massas de manobra de interesses estrangeiros, porque, num mundo dividido pela Guerra Fria, o Brasil precisava tomar partido.

                     Atualmente, as tropas estão com o efetivo reduzido, mal equipadas, mal remuneradas e com a moral em baixa, apesar das demonstrações aparentes de que parte da população ainda confia nelas, principalmente depois que eles tiveram que render homenagens ao ex-presidente João Goulart, deposto no golpe de 1964, quando seus restos mortais foram desembarcados em Brasília, em novembro de 2013, prestando-lhe as devidas honras de um chefe de Estado. Aquilo deve ter soado como um "chupa" para eles, que pareciam odiar tanto Jango que teriam tramado sua morte no exílio, na Argentina, em 1976, e teriam tentado impedir que o corpo fosse sepultado em terras brasileiras. Então, seu corpo foi submetido a uma exumação, a fim de se esclarecer se ele foi assassinado por envenenamento. Some-se a isso o fato de que a Presidenta da República é uma ex-presa política do regime militar, fato que tem gerado descontentamento entre muitas pessoas, sejam civis ou militares.

                      Enfim, não conte com as Forças Armadas como salvadoras da pátria. Eles não teriam know-how para assumir o poder novamente, se quisessem. Ainda bem, porque, se o fizessem, não seria para atender o clamor de parte da população, mas para atender seus próprios interesses e os de alguns de seus apoiadores. Além disso, os nossos problemas são bem mais delicados e não se resolvem apenas com armas. Não podemos permitir que o Brasil fique dividido como a Venezuela está. Precisamos nos unir para resolver nossas mazelas, deixando de lado nossos interesses partidários. Precisamos de justiça social, de paz, de segurança, de educação, de saúde, de trabalho, de alimentos e de amor, independente de nossas cores, de nossas orientações sexuais e de nossos credos religiosos e políticos.



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