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sábado, 26 de abril de 2014

Universo feminino 4


                     Há quase um mês, como você deve se lembrar, a divulgação de que cerca de 65% dos brasileiros pensam que as mulheres que expõem o corpo merecem ser molestadas sexualmente, segundo pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada), gerou polêmica. Na semana seguinte, revelou-se um erro nos cálculos: na verdade, o percentual acima seria de 26%. De qualquer maneira, se, teoricamente, 26% dos brasileiros, uma quantidade considerável de pessoas, pensam da maneira supracitada, atribuindo, na prática, as culpas pelas ofensas sexuais às próprias vítimas, isto é tão grave que gerou revoltas e manifestações na mídia, inclusive com participação de pessoas do meio artístico.




                      Nas últimas semanas, também foram noticiados diversos casos de abusos ou de tentativas de abusos sexuais, em diversos locais públicos e meios de transporte do país, principalmente nos transportes coletivos de São Paulo, por exemplo. As situações variavam desde homens tentando fotografar partes íntimas de mulheres com celulares até se aproveitarem do excesso de passageiros comprimidos nos vagões dos metrôs para se aproximarem demais de algumas mulheres e encostarem suas partes íntimas nos corpos delas, friccionando-as. Repetir costumeiramente este último ato pode constituir-se num transtorno psiquiátrico da sexualidade conhecido como frotteurismo. Existem páginas e espaços nas redes sociais onde os praticantes se reúnem e fomentam entre si essa prática. Por vezes, os autores chegam a gravar em vídeos com celulares as suas investidas, para depois publicá-las na Internet.


                      Se me permite a comparação, imagine que você está andando na rua e se depara com uma casa que esteja com as janelas, as portas e os portões escancarados. Você entraria naquela casa sem ser convidado(a)??? Ou você interpretaria o simples fato de a casa estar aberta como um convite???


                      Embora não se saiba com que intenções as mulheres se vestem das maneiras que se vestem, elas têm a liberdade para se vestirem como quiserem. Cada uma delas faz seu próprio padrão e merece nosso respeito e nosso amor, em vez de ser molestada. O simples fato de ela estar vestida como uma piriguete não deve ser interpretado como um convite dirigido à você.



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